Hassan Rohani disse ontem que as armas nucleares «não integram a doutrina de segurança e defesa» do seu país. Israel diz que o discurso foi «cínico, repleto de hipocrisia».
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Ao discursar na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, Hassan Rohani garantiu que o Irão «não procura aumentar a tensão com os Estados Unidos», salientando que tinha «ouvido cuidadosamente» o discurso pronunciado pelo Presidente Barack Obama.
O líder iraniano apelou a Obama para que rejeite «os interesses de vistas curtas dos grupos de pressão favoráveis à guerra», adiantando que se o fizesse «talvez se pudesse chegar a um quadro que permita a gestão das diferenças».
Rohani falou horas depois de Obama ter dito à Assembleia-Geral que queria um «acordo significativo» com o Irão, se agisse para acabar com as preocupações internacionais sobre o seu programa nuclear.
A natureza «exclusivamente pacífica» deste programa foi reafirmada por Rohani, que salientou que as armas nucleares e outras armas de destruição massiva «contradizem as convicções religiosas e éticas» dos iranianos.
Insistiu que a comunidade internacional tem de aceitar a atividade nuclear do Irão, que o Ocidente considera uma forma de conseguir a capacidade para fabricar uma bomba nuclear.
Já de madrugada, o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, acusou o Presidente iraniano de proferir um «discurso cínico, repleto de hipocrisia».
«Rohani falou de direitos humanos mesmo quando as forças iranianas participam no 'massacre' em grande escala de civis inocentes na Síria», sustentou Benjamin Netanyahu num comunicado emitido, esta madrugada, em Jerusalém, citado pela agência noticiosa francesa France Presse.
Netanyahu também acusou Rohani de condenar o «terrorismo mesmo quando o regime iraniano o usa em dezenas de países em todo o mundo», apontando que a «estratégia» do Irão é precisamente falar para ganhar tempo para poder desenvolver a sua capacidade nuclear. «Rohani sabe perfeitamente disso», sublinhou.