O presidente norte-americano revelou hoje que trocou correspondência com o presidente do Irão e afirmou que o problema nuclear do país preocupa mais os EUA do que a Síria.
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Numa entrevista ao canal de televisão ABC, Barack Obama revelou que tem trocado cartas com o presidente iraniano, Hassan Rohani, naquele que foi o primeiro contacto entre os dois chefes de Estado.
Barack Obama afirmou que para os Estados Unidos o problema nuclear iraniano é mais grave do que a questão das armas químicas na Síria.
«Penso que os iranianos compreendem que a questão do nuclear é um problema bem mais importante para nós que o das armas químicas (...). A ameaça contra Israel está bem mais próxima dos nossos interesses», disse.
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Nesta entrevista, Barack Obama deixou ainda uma advertência: as reticências que tem tido em lançar um ataque à Síria não diminuem a ameaça americana em recorrer ao uso da força para impedir o Irão de fabricar a bomba atómica.
O presidente dos Estados Unidos disse ainda, nesta entrevista à ABC, estar satisfeito com o facto de o seu homólogo russo, ter assumido a responsabilidade pelo seu «cliente», o presidente sírio.
«Saudo-o por estar envolvido. Saudo-o por dizer "Eu assumo a responsabilidade por levar o meu cliente, o regime de Bashar al-Assad, a lidar com essas armas químicas"», disse.
Barack Obama rejeitou as críticas de que terá sido ultrapassado por Vladimir Putin, com quem tem divergências significativas em muitas questões, usando o velho ditado do antigo presidente Ronald Reagan para lidar com a União Soviética: «Confie, mas verifique».
«Eu e o Senhor Putin temos fortes divergências numa grande série de questões. Mas eu posso falar com ele. Trabalhámos juntos em questões importantes», disse Obama.
A entrevista foi gravada antes de ser conhecido o acordo entre os Estados Unidos e a Rússia, alcançado ontem em Genebra, sobre um plano para eliminar as armas químicas sírias.