Quase seis milhões de israelitas vão hoje às urnas para decidir, em eleições legislativas antecipadas, se o atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continua ou não na chefia do Governo.
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Nenhum dos partidos deve conseguir mais de um quarto dos votos. Esta parece ser a única certeza de uma eleição com desfecho imprevisível, que é vista como um referendo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O chefe do governo israelita está no poder há quase uma década e nunca como agora, as críticas foram tão fortes.
Foi a crise na própria coligação de governo que levou Netanyahu a convocar estas eleições antecipadas, abrindo caminho à possibilidade da União sionista, do centro esquerda, ganhar as eleições.
A última sondagem divulgada ontem dava uma ligeira vantagem à União sionista, que junta os trabalhistas de Isaac Herzog, e o Kadima, da antiga ministra da justiça, Tzipi Livni.
Em 120 lugares no parlamento, a União sionista pode conseguir 24 deputados, apenas mais três do que o Likud de Netanyahu.
A confirmar-se este cenário, a chave pode estar num novo partido de centro direita, o Kulanu, liderado por um antigo membro do Likud. As sondagens dão entre 8 a 10 deputados ao Kulanu, tornando o partido decisivo para a formação de uma maioria.
Com esta incerteza, Netanyahu procurou nas últimas horas segurar o voto à direita. Garantiu ontem que enquanto for primeiro-ministro, não haverá um Estado palestiniano independente e dramatizou o apelo ao voto, afirmando que se os israelitas ficarem em casa, amanhã já não terão casa.