Tribunal em Londres rejeitou o pedido de clemência e condenou o ativista a quase o total da sentença máxima.
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Julian Assange foi condenado por um tribunal em Londres a passar 50 semanas na prisão por quebra das medidas de coação que levou a um mandado de detenção em 2012.
A juíza Deborah Taylor, que leu a sentença no tribunal criminal de Southwark, disse que o australiano mereceu quase o total da sentença máxima de um ano (52 semanas) por causa da gravidade da sua ofensa e rejeitou o pedido de clemência.
Numa carta lida pelo advogado de defesa, Mark Summers, Assange invocou ter sido confrontado com "circunstâncias apavorantes" que o levaram a refugiar-se durante sete anos na embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde seria questionado sobre alegações de abusos sexuais sobre duas mulheres.
O australiano de 47 anos foi esta quarta-feira presente a tribunal, depois de ter sido detido a 11 de abril pela polícia britânica na embaixada do Equador em Londres.
Isto depois de o presidente do Equador ter decretado o fim do asilo politico que durou seis anos e 10 meses. Lenin Moreno explicou a decisão acusando o fundador do WiliLeaks de conduta agressiva e hostil e de desrespeito pelos tratados internacionais.
Assange deverá comparecer no tribunal de magistrados de Westminster na quinta-feira devido ao pedido de extradição para os EUA de que é alvo por "conspiração para cometer intrusão informática" por ter hackeado os computadores do departamento de Defesa norte-americano em 2010.
A acusação, com data de março de 2018, e que até há pouco tempo estava sob sigilo, alega que em 2010 o fundador do WikiLeaks ajudou a ex-analista de inteligência do Exército dos EUA Chelsea Manning a descodificar passwords de computadores, naquela que foi uma das maiores fugas de informação classificada da história dos Estados Unidos.
Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90 mil documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra no Iraque. Foram ainda tornados públicos cerca de 250 mil telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O castigo máximo para o crime de que é acusado pelas autoridades norte-americanas é cinco anos de prisão.
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