A decisão surge depois da justiça britânica ter retirado o mandato de captura que recaia sobre o casal. Os pais eram acusados de maus tratos depois de terem retirado o filho do hospital contra a vontade dos médicos.
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A justiça espanhola ordenou, esta terça-feira, a libertação imediata do casal britânico detido em Madrid, acusado de ter retirado o filho doente de um hospital de Southampton, sem autorização médica.
A decisão surge no mesmo dia em que a justiça britânica anunciou o levantamento do mandato de captura que recaia sobre o casal, com a indicação de que nenhuma outra ação será desencadeada contra os pais de Ashya King, uma criança de cinco anos que padece de um tumor no cérebro.
O caso mediático originou, inclusive, uma declaração do primeiro-ministro britânico que pediu uma «boa dose de bom senso» na resolução do problema, enquanto crescem as críticas à atuação exagerada da polícia britânica na perseguição do casal.
Os pais de Ashya foram separados do filho depois de uma "caça ao homem" de dois dias, despoletada por um mandato de captura europeu emitido pela polícia britânica, ter culminado na detenção do casal. Os pais eram acusados de maus tratos, depois de retirarem o filho de um hospital inglês contra indicação médica e de o terem levado para Espanha.
Perante a decisão da justiça espanhola, o casal, que estava detido em Madrid, vai agora reunir-se com o filho, internado num hospital em Málaga.
Os pais de Ashya justificaram a decisão de ter retirado o filho do hospital dizendo que queriam que recebesse um tratamento diferente do que estava a ter no hospital britânico.
Numa carta publicada esta terça-feira, a polícia de Hampshire, que pediu a prisão dos pais, defendeu a decisão com provas médicas e com a preocupação pelo bem estar da criança. A intenção, adianta a missiva, era somente acautelar a segurança da criança e não negar à família a possibilidade de estar junto de Ashya neste momento tão difícil da sua vida.