O dirigente líbio aceitou não fazer parte das negociações para pôr fim ao conflito que dura há quatro meses, anunciaram os chefes de Estado africanos mediadores da União Africana para a Líbia.
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A comissão de mediadores da União Africana (UA) para a Líbia «saúda a decisão do coronel Kadhafi de não fazer parte do processo de negociações», lê-se num comunicado divulgado em Pretória após uma reunião dos cinco presidentes que integram este órgão.
O texto foi lido à imprensa pelo comissário da UA para a paz e segurança, Ramtane Lamamra, que recusou responder a questões dos jornalistas.
O comunicado reitera por outro lado o apelo da organização para um cessar-fogo imediato que permita a realização de negociações.
«As partes em conflito na Líbia devem iniciar um diálogo nacional com vista a um cessar-fogo global, uma reconciliação nacional e disposições para a transição, assim como um calendário para a transição para a democracia», segundo o texto.
A comissão de mediadores da União Africana composta pelos presidentes da África do Sul, Congo, Mauritânia, Mali e Uganda, reuniu-se este em Pretória para avaliar os esforços de mediação para uma resolução da situação na Líbia.
Na abertura da reunião, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, insistiu na necessidade de pôr fim rapidamente ao conflito e criticou a operação da NATO por estar a desrespeitar o mandato que lhe foi dado pelas Nações Unidas.
«Os bombardeamentos contínuos da NATO e dos seus aliados são uma preocupação para a nossa comissão e para a assembleia da União Africana, porque a finalidade da resolução 1973 era proteger o povo líbio e facilitar os esforços humanitários», disse Zuma.