O ex-líder dos sérvios da Bósnia pediu pediu um período de 30 dias para se declarar culpado ou inocente das acusações que lhe foram lançadas pelo TPI. Pela primeira vez diante deste tribunal, Radovan Karadzic confirmou que vai defender-se a si próprio.
Corpo do artigo
O antigo líder dos sérvios da Bósnia pediu ao Tribunal Penal Internacional um período de 30 dias antes de se declarar culpado ou inocente perante as acusações que lhe foram lançadas por este tribunal.
Pela primeira vez diante do TPI e perante o juiz Alphons Orie, Radovan Karadzic confirmou que se vai se defender a si mesmo durante todo o processo, tendo assim renunciado ao direito de ter um advogado.
«Tenho um conselheiro invisível. Decidi assegurar a minha própria defesa», explicou o ex-líder dos sérvios da Bósnia, que renunciou ao direito de um advogado oficioso perante a insistência do juiz do TPI.
Karadzic ouviu ainda o resumo das 11 acusações que são dirigidas contra si e nas quais se inclui genocídio e crimes contra a humanidade, tendo recusado que o juiz lhe lesse o inteiro acto de acusação, uma vez que «não estava interessado» neste documento.
O ex-líder sérvio aproveitou ainda para denunciar «irregularidades» ligadas à sua detenção e aludiu a um «acordo» concluído com o negociador norte-americano Richard Holbrooke durante a assinatura dos acordos de Dayton, em 1995.
Sobre esse acordo, Karadzic explicou que a sua obrigação era «retirar-se da vida pública e mesmo da sua vida literária», sendo que, «em troca, os EUA cumpririam as suas obrigações».
A família de Radovan Karadzic tem defendido desde há muito anos que Richard Holbrooke terá prometido ao ex-líder sérvio da Bósnia que este não seria entregue ao TPI caso aceitasse retirar-se d vida pública e da vida literária.
A primeira aparição de Radovan Karadzic no TPI foi transmitida em quatro das cinco cadeias de televisão nacionais sérvias, bem como em três televisões privadas do país.