A Finlândia tornou-se o 31.º membro da NATO numa histórica mudança estratégica provocada pela invasão da Ucrânia por Moscovo.
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A Rússia classificou a adesão da Finlândia à NATO como um "ataque à segurança" e afirmou que serão necessárias medidas de reação.
"O Kremlin acredita que este é um agravamento da situação. A expansão da NATO é um ataque à nossa segurança e aos interesses nacionais da Rússia. E isto obriga-nos a tomar medidas em termos táticos e estratégicos", explicou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, à AFP.
A Finlândia tornou-se o 31.º membro da NATO, numa histórica mudança estratégica provocada pela invasão da Ucrânia por Moscovo, que duplica a fronteira da aliança liderada pelos EUA.
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Durante a tarde, haverá uma cerimónia para içar a bandeira do 31.º membro da Aliança Atlântica. João Gomes Cravinho vai participar na reunião em representação de Portugal.
Jens Stoltenberg anunciou também que os Estados-membros vão discutir maneiras de fazer com que no futuro a Ucrânia seja um país mais autónomo na Defesa, agora que houve "uma transição" do armamento utilizado, para o enviado pelo Ocidente, substituindo o do tempo da União Soviética.
Com cada vez maior incerteza em relação à reorganização da geopolítica internacional, os Estados-membros também vão discutir as principais ameaças à Aliança Atlântica, nomeadamente "o Irão, a Rússia e a China", adiantou Stoltenberg. Teerão e Pequim são acusados pelos países da aliança de apoiar Moscovo na guerra e há meses que drones iranianos são encontrados a sobrevoar os céus da Ucrânia.
Não há ainda evidências de que a China esteja a fornecer armamento à Rússia, mas os Estados Unidos e o Reino Unido estão há semanas a alertar para essa possibilidade. O encontro entre o Xi Jinping e Vladimir Putin há duas semanas em Moscovo adensou essa dúvida.
Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO considerou que esta terça-feira ia ser "um bom dia" para a aliança, uma vez que a Finlândia vai fechar um dos flancos da Rússia, com quem partilha uma longa fronteira.
Ao contrário da maioria dos países, Helsínquia continuou a investir na Defesa depois do período da Guerra Fria (1947 a 1991 e Stoltenberg fez questão de referir isto repetindo que o Kremlin "queria menos NATO, mas vai ter, precisamente, o oposto".
Ainda à porta da NATO fica a Suécia, que pediu formalmente a adesão em simultâneo com a Finlândia, processo que se mantém pendente da ratificação parlamentar pela Turquia e Hungria.