A cerimónia de adesão da Finlândia está marcada para o início da tarde, no Quartel-General da Nato, em Bruxelas.
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A NATO acolhe a partir desta terça-feira o 31.º Estado-membro com a adesão da Finlândia, menos de um ano depois de ter formalizado o pedido. À chegada à cerimónia, o secretário-geral da Nato, Jens Stoltenberg destacou as garantias de segurança que passam a ser conferidas ao país escandinavo.
Classificando como "histórico" o dia em que se assinala também o 74º aniversário da assinatura do Tratado do Atlântico Norte, por a organização continuar a aumentar os seus membros, Stoltenberg saudou aquela que considera a melhor resposta a quem tinha como objetivo enfraquecer a aliança.
"Demonstra que quando o Presidente Putin tinha como objetivo declarado que a invasão da Ucrânia era para garantir menos NATO, menos NATO nas suas fronteiras, queria fechar as portas da NATO, acabar com as adesões à NATO de qualquer outro país europeu, ele está a obter exatamente o oposto", afirmou.
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Stoltenberg admite que o fim de mais de sete décadas de neutralidade da Finlândia "poderia, há uns anos, parecer impensável". Por essa razão não hesita em classificar o dia como "verdadeiramente histórico", agora que a Finlândia é "membro de pleno direito da nossa aliança".
O governo de Helsínquia passa a partir de agora a ter um lugar nas decisões da aliança Atlântica, e o país em envolvido em todos os eventos da organização. Mas, stoltenberg considera que há um dado ainda mais relevante.
"A Finlândia obterá uma garantia de segurança com blindagem férrea: O Artigo 5º, a nossa cláusula de defesa coletiva, todos por um, aplicar-se-á a partir de agora à Finlândia", vincou.
Com os 1340 km da fronteira russo-finlandesa, a entrada do 31º Estado aliado quase triplica o contacto terrestre entre a Nato e a Rússia. Jens Stoltenberg não exclui a presença militar na Finlândia, desde que isso seja solicitado pelas autoridades do país.
"A decisão é da Finlândia se gostaria de ter [algum tipo de presença]. Mas não haverá tropas da NATO na Finlândia sem o consentimento da Finlândia", afirmou Stoltenberg.
Para já o governo de Helsínquia afirma que "o primeiro passo é finalizar a adesão" e afirmar-se como "um membro activo da NATO". Mas, esse será "um debate para depois".
Como salientou, o secretário-geral da NATO, a presença de tropas da NATO no flanco leste já existe e tem vindo a ser reforçada, nos três ramos das forças armadas.
"O que temos em muitos países são exercícios, temos presença naval e aérea e por aí fora... mas não temos uma base permanente. E, isto não tem sido um problema", sublinhou.
Portugal, por exemplo, tem estacionado na Eslovénia um contingente de cerca de oito dezenas de militares da Força Aérea, que garante a vigilância no Mar Báltico. Esta terça-feira, pilotos portugueses, a bordo de caças F16 intercetaram aeronave militar russa no Mar Báltico.
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