Os dados forma divulgados pela comissão eleitoral numa altura em que já encerraram as urnas. Os observadores internacionais relatam um processo eleitoral pacífico e com alguns casos isolados de irregularidades.
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As urnas de voto fecharam na Birmânia, no final de umas eleições legislativas históricas em que o partido da oponente Aung San Suu Kyi se assume como favorito, tendo participado no escrutínio 80% dos eleitores, segundo a comissão eleitoral.
"Cerca de 80% dos [mais de 30 milhões de] eleitores compareceram hoje", segundo as primeiras estimativas, afirmou à AFP Thant Zin Aung, representante da comissão eleitoral.
Mais de 93 partidos políticos apresentaram candidatos e milhares de birmaneses votaram naquelas que são as primeiras eleições livres em 25 anos, num país dominado desde 1962 pelos militares.
Um representante do grupo de observadores internacionais, citado pela agência Reuters, dá conta de um acto eleitoral pacífico e sem problemas. "As pessoas com quem fomos falando disseram-nos que puderam votar em quem quiseram e em segurança", adiantou a mesma fonte.
Em 2012, numas legislativas parciais, Aung San Suu Kyi, de 70 anos, foi eleita deputada e assumiu a liderança da oposição parlamentar, na sequência da vitória triunfal da LND.
Prémio Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi, que a junta militar manteve sob detenção durante mais de 15 anos, está impedida de se candidatar à presidência birmanesa devido a um artigo da Constituição, que exclui pessoas casadas ou com filhos estrangeiros - uma disposição que se considera visar diretamente a opositora, viúva de um britânico e com filhos de nacionalidade britânica.
O escrutínio é visto como um teste à transição democrática em curso desde da autodissolução do regime militar em 2011.