Libéria: Eleitores começaram a votar apesar de apelo ao boicote feito pela oposição
A segunda volta das presidenciais na Libéria arrancou esta terça-feira de manhã com pequenas filas de eleitores à entrada dos locais de votação, já abertos, apesar do apelo ao boicote feito pela oposição.
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Os eleitores vão decidir esta terça-feira se darão à presidente cessante Ellen Johnson Sirleaf, Prémio Nobel da Paz 2011, um segundo mandato de cinco anos.
O seu principal opositor é o antigo diplomata das Nações Unidas Winston Tubman, que apelou aos seus apoiantes para boicotarem o acto eleitoral, alegando que o processo está a ser manipulado a favor do partido no poder.
As acusações de fraude por parte de Tubman foram rejeitadas pelas principais missões internacionais de observação no país e o seu apelo ao boicote foi criticado pelos Estados Unidos e Nações Unidas.
Sirleaf conseguiu na primeira volta uma vantagem de 43,9 por cento dos votos contra 32,7 por cento garantidos por Tubman.
Estas eleições são consideradas essenciais para a consolidação da paz na Libéria, traumatizada por duas guerras civis, de 1989 a 2003, das quais resultaram 250 mil mortos e centenas de milhar de feridos.
O Nobel da paz atribuído recentemente a Sirleaf (em conjunto com a compatriota militante pacifista Leymah Gbowee e a jornalista iemenita Tawakkul Karman) suscitou controvérsia na Libéria porque os opositores consideraram-no injustificado, alegando que a Presidente cessante não reconciliou os liberianos.
Elogiada no estrangeiro, Sirleaf não consegue livrar-se das críticas na Libéria por ter apoiado no início dos anos 1990 o chefe de guerra Charles Taylor, que se tornou presidente entre 1997 e 2003, de quem depois veio a ser opositora.
O outro grande favorito das presidenciais, Winston Tubman, de 70 anos, do Congresso para a Mudança Democrática (CDC, oposição), critica particularmente a presidente cessante pelo fracasso da reconciliação do país.