A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, que venceu no domingo com 25% o escrutínio europeu em França, apelou a François Hollande para convocar «novas eleições» nacionais.
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«Que pode ele fazer se não regressar ao povo, pôr em prática a proporcionalidade para que cada francês esteja representado» na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento, «e organizar novas eleições?», questionou Marine Le Pen.
As próximas legislativas estão previstas para 2017. «Que pode fazer o Presidente da República face a um sanção tão pesada como a que acaba de ser exprimida pelos franceses?», perguntou Le Pen.
Para a líder da Frente Nacional (FN, extrema-direita), «não se pode trair impunemente o seu próprio povo, ser surdo e cego às suas reivindicações, ou então estamos num sistema que já nada tem a ver com um sistema democrático».
De acordo com estimativas concordantes de cinco institutos de sondagens, a FN quadruplicou o seu resultado de 2009, a uma confortável distância da UMP (oposição de direita, 20% a 21%). Na terceira posição, o Partido Socialista apenas entre 14% e 15% dos votos.
Perto de 46 milhões de eleitores foram convocados para eleger os 74 eurodeputados franceses, com o escrutínio a ser assinalado por forte abstenção, cerca de 58%.
Em 2009, quanto o conservador Nicolas Sarkozy era Presidente, o seu partido UMP garantiu uma confortável vantagem com 27,8%, distante do PSF (16,48%) e dos ecologistas, que então registaram uma significativa subida (16,28%).
Há cinco anos, a FN obteve apenas 6,3% de votos, atrás dos centristas do Modem (8,4%) e com pouco mais que a Frente de Esquerda (6%).