O dirigente do partido neonazi grego e quatros deputados, detidos ontem em Atenas, vão ser presentes a um juiz na terça-feira, avançou hoje uma fonte judicial.
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Os processos penais foram abertos pelo procurador do ministério público pelas acusações de «participação numa organização criminosa» e «liderança» dessa organização, no caso de Nikos Michaloliakos, fundador e líder da Aurora Dourada.
A mesma acusação estende-se igualmente a 15 outros membros do partido detidos no sábado no âmbito de uma vasta operação policial. Desde a Junta Militar de 1974 que as autoridades gregas não detinham membros de partidos políticos.
Na terça-feira, caberá aos juízes pronunciarem-se sobre a eventual acusação formal dos deputados e membros da Aurora Dourada. Até serem presentes em tribunal, os cinco deputados vão permanecer detidos.
A imagem de Nikos Michaloliakos, de 56 anos, saindo algemado da esquadra da polícia grega em Atenas para ser transferido, ao início da tarde, para o tribunal foi mostrada repetidamente nas estações de televisão do país.
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A acusação de posse ilegal de armas foi igualmente feita contra vários dos elementos do partido extremista. Segundo uma fonte judicial, a investigação iniciada há uma semana pelo Supremo Tribunal grego levou à recolha de provas que permitem classificar o partido Aurora Dourada como «uma organização criminosa».
O Supremo Tribunal foi encarregado de investigar o assassínio, há 11 dias, de um músico antifascista esfaqueado na periferia de Atenas por um membro da Aurora Dourada, que confessou os factos.
Este homicídio revoltou a Grécia e provocou no Governo, há muito acusado de complacência em relação aos neonazis, um assomo de combatividade contra os membros desse partido suspeitos de numerosas atrocidades, nomeadamente contra estrangeiros, e que entrou no parlamento em junho de 2012, depois de ter conseguido eleger 18 deputados.