Quando iniciou a sua invasão da Ucrânia, a Rússia tentou inicialmente conquistar Kiev, mas a resistência das forças ucranianas obrigou-a a recuar.
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O líder do território separatista pró-russo de Donetsk, no leste da Ucrânia, defendeu esta sexta-feira que a Rússia deve prosseguir a sua ofensiva militar para "libertar" toda a Ucrânia e tomar Kiev.
"Eu diria que [devemos] libertar toda a Ucrânia e, é claro, a cidade russa de Kiev e a Ucrânia ocidental", afirmou Denis Puchilin, numa entrevista concedida à agência pública russa TASS, no fórum económico de São Petersburgo.
"Tal permitiria não transferir essa pesada responsabilidade para a próxima geração", acrescentou.
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Quando iniciou a sua invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, a Rússia tentou inicialmente conquistar Kiev, mas a resistência das forças ucranianas obrigou-a a recuar.
Desde então, Moscovo concentra a sua ofensiva no leste do país, na região do Donbass, onde o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de dois territórios separatistas, as "repúblicas" de Donetsk e Lugansk.
Putin, que justificou a invasão com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, nega, além disso, a realidade do país e do povo ucranianos, sustentando que historicamente russos e ucranianos são um só povo.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 114.º dia, causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.509 civis morreram e 5.585 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.