A Grã-Bretanha está a evacuar o pessoal diplomático de Teerão após o ataque à embaixada ocorrido esta terça-feira, anunciou a diplomacia britânica.
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«Na sequência dos acontecimentos de ontem e para garantir a sua segurança, o pessoal está a sair de Teerão», disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, confirmando assim informações de fontes diplomáticas no local.
Entretanto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar «chocado e indignado» com o ataque à embaixada levado a cabo por manifestantes islâmicos.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, também condenou, de forma veemente, o ataque à representação diplomática, definindo-o como uma afronta ao povo britânico e à comunidade internacional, tendo afirmado ainda que os Estados Unidos esperam que o governo do Irão proteja a vida e propriedade dos diplomatas.
Ban Ki-moon e Hillary Clinton falavam em Busan, na Coreia do Sul, à margem de um fórum para o desenvolvimento.
Dezenas de manifestantes entraram na terça-feira na embaixada do Reino Unido em Teerão, sem oposição da polícia, e substituíram a bandeira britânica pela iraniana.
Os manifestantes, que protestavam contra as sanções impostas pelo governo britânico ao Irão, subiram o muro em volta da embaixada, partiram os vidros e entraram na representação, lançando objectos e documentos pelas janelas, de acordo com imagens transmitidas pela televisão estatal.
As forças anti-motim que protegiam a embaixada não intervieram para impedir o ataque, que ocorreu quando várias centenas de manifestantes, que a televisão classificou como estudantes islâmicos, protestavam em frente da representação diplomática exigindo o seu encerramento e a expulsão do embaixador.
Retirados sem violência pela polícia depois de cerca de uma hora de ocupação, os manifestantes conseguiram voltar a entrar e incendiar documentos, apesar de uma intervenção policial que causou vários feridos.
No domingo, o parlamento iraniano aprovou uma lei que reduz as relações diplomáticas iraniano-britânicas ao nível de encarregado de negócios e prevê a expulsão do embaixador britânico no prazo de duas semanas.
A decisão foi tomada em retaliação das novas sanções económicas decididas pelo governo britânico, em concertação com os Estados Unidos e com o Canadá, na sequência da publicação do relatório da Agência Internacional de Energia Atómica segundo o qual Teerão está a desenvolver actividades para vir a fabricar armas nucleares.