Los Angeles declara-se "cidade santuário" para proteger imigrantes e enfrentar deportações prometidas por Trump
Os membros da autarquia votaram de forma unânime. Além de Los Angeles, também as cidades de Boston e Nova Iorque prometeram fazer frente à intenção do Presidente eleito
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A câmara municipal de Los Angeles, segunda maior cidade norte-americana, declarou-se, esta terça-feira, como "cidade santuário", com o objetivo de impedir as autoridades de usarem os recursos do município para deportação de imigrantes. A informação foi avançada pela agência Reuters.
Los Angeles prepara-se, assim, para enfrentar o Presidente eleito Donald Trump, que prometeu efetuar deportações em massa de imigrantes assim que regressasse à Casa Branca. De acordo com a Associated Press, os membros da autarquia votaram de forma unânime, juntando-se a mais de uma dúzia de cidades norte-americanas com medidas semelhantes. Além de Los Angeles, também as cidades de Boston e Nova Iorque prometeram fazer frente à intenção de Donald Trump de expulsar imigrantes dos Estados Unidos.
A BBC adianta que Los Angeles votou também numa série de resoluções de emergência destinadas a combater o que a presidente do conselho escolar da cidade, Jackie Goldberg, descreveu como um "sentimento anti-imigrante e LGBTQ" do novo presidente eleito.
Além de reafirmar uma política de "santuário" para estudantes e famílias dentro do sistema escolar público, a resolução também pede que os professores e funcionários sejam formados para saberem como comunicar com as autoridades de imigração.
De acordo com a Associated Press, apesar de cidades ou estados santuários não serem termos legais, o conceito simboliza uma promessa de proteger e apoiar comunidades de imigrantes. Os defensores dizem que estas cidades acabam por ser refúgios, onde os imigrantes se sentem seguros e podem denunciar crimes sem medo de deportação.
A declaração de "cidade santuário" em Los Angeles ainda tem de ser assinada pela presidente da câmara, Karen Bass. Ainda assim, a autarca já anunciou que irá apoiar a medida, que também prevê a proibição de partilha de dados sobre os imigrantes.
Segundo dados disponibilizados pela Reuters, a região de Los Angeles alberga 1,3 milhões de migrantes. "Estamos extremamente preocupados, dado que esta é uma cidade onde cerca de um terço da população é imigrante", disse Shiu-Ming Cheer, diretora adjunta de Justiça Racial e de Imigrantes no California Immigration Policy Center.
