Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, abre as portas ao Syriza dizendo que o partido será bem vindo na família social democrata europeia. Francisco Louçã comenta dizendo que o alemão é um "desbocado" que fala com "arrogância".
Corpo do artigo
Em entrevista à rádio France Inter, Martin Schulz admitiu que o partido liderado por Alexis Tsipras, que no domingo venceu as eleições gregas, será bem vindo na família social democrata europeia. O Presidente do Parlamento Europeu não deixou contudo de manifestar uma estranheza. Schulz não percebe porque é que o Syriza vai manter como parceiros de coligação, os Gregos independentes, da extrema direita.
Na entrevista Martin Schulz revela que chegou a telefonar duas vezes a Tsipras, primeiro para o felicitar pela vitória nas eleições. A segunda para perguntar porque mantém a coligação com um partido tão estranho.
Palavras que desagradaram a Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda. Louçã afirma que o presidente do Parlamento Europeu é "desbocado" e "tem tido um papel estranhíssimo no meio de tudo isto. Chegou a ser o primeiro a dizer que a Grécia devia ser expulsa e ele nunca diria a nenhum outro governo de nenhum outro país, quem são os partidos que devem fazer parte de uma coligação". Para Louçã, "as autoridades europeias [...] passaram a tratar a Grécia [...] como uma colónia".
Sobre os desafios do próximo governo, Francisco Louçã afirma que a "grande dificuldade do governo será estar condicionado por regras inaceitáveis, como por exemplo não poder apresentar no parlamento nenhuma proposta que não seja previamente fiscalizada e aceite pelos credores".
Para o histórico líder do Bloco de Esquerda estas eleições deixaram "tudo na mesma, só que a ala crítica do Syriza foi afastada. A única diferença é essa".