O ativista luso-angolano, acusado de preparar um golpe de Estado, vai continuar em greve de fome, exigindo aguardar julgamento em liberdade, frustrada a tentativa de o demover do protesto. Catarina Martins do Bloco de Esquerda falou do caso a Cavaco Silva.
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"Coloquei-lhe a questão, as vantagens e as desvantagens, mas ele disse que perante o que recebeu, não vê porque tem de mudar a posição. Ficou desiludido", disse à Lusa o advogado Luís Nascimento, ao fim de uma hora de reunião com Luaty Beirão na clínica privada de Luanda onde o rapper e ativista está internado, sob detenção, levando já 30 dias em greve de fome.
Os advogados pretendiam demover Luaty Beirão deste protesto, tendo em conta a notificação, na segunda-feira, do início do julgamento da acusação da preparação de um golpe de Estado e de um atentado contra o Presidente angolano (juntamente com mais 16 arguidos), previsto para 16 a 20 de novembro, no Tribunal Provincial de Luanda.
Luaty Beirão foi também tema de conversa nas reuniões entre Cavaco Silva e os partidos com assento parlamentar.
O Bloco de Esquerda aproveitou a conversa com o presidente da República para falar do caso do luso-angolano e de outros presos políticos em território angolano.
Catarina Martins diz que durante o encontro pediu ao chefe de Estado para que tenha "uma voz forte na defesa dos direitos humanos em Angola", perante a comunidade internacional e em particular perante a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa sublinhando que este não é caso único.