
Fernando Bizerra Jr./EPA
O julgamento de um recurso contra a condenação de nove anos e meio de prisão apresentada pela defesa do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva começou esta quarta-feira.
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É o julgamento do século no Brasil. Nas ruas há protestos a favor e contra Lula da Silva, e em Porto Alegre, onde está a decorrer o julgamento, há estradas cortadas, aviões e helicópteros a sobrevoar a cidade e até o rio Guaiba, que banha Porto Alegre, está a ser patrulhado pelas forças de segurança.
O antigo Presidente brasileiro foi condenado num caso envolvendo um apartamento de luxo num condomínio do Guarujá, cidade do litoral de São Paulo. A decisão foi tomada pelo juiz federal Sérgio Moro, que tem a cargo a operação Lava Jato, que investiga a corrupção em várias empresas estatais.
Segundo Sérgio Moro, o antigo chefe de Estado ganhou um apartamento de luxo da construtora OAS, que também realizou obras de melhoria no imóvel em troca de conseguir vantagens em contratos com a petrolífera estatal Petrobras. Para o Ministério Público Federal, a reforma foi oferecida pela empresa por troca de ações do ex-Presidente no esquema de corrupção da Petrobras.
Já os advogados de defesa alegam que Lula da Silva é inocente, que não é dono do apartamento citado no processo e que o juiz Sérgio Moro não deveria sequer ter analisado as denúncias já que elas não teriam ligação direta com os processos da operação Lava Jato.
A defesa também argumenta que Sérgio Moro condenou Lula da Silva, mas não indicou quais os contratos firmados pela OAS com a Petrobras que teriam sido diretamente influenciados pelo ex-presidente, e que a sentença é resultado de uma perseguição política.
Agora caberá a três juízes desembargadores que integram a 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) decidirem se mantêm a condenação ou acatam o recurso dos advogados de defesa, que pede a absolvição do ex-Presidente brasileiro.