Líder francês assinalou que a segurança de Israel não pode ser duradoura se não for retomado de forma "decisiva" o processo político de negociações.
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O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta terça-feira perante o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que Israel deve reconhecer o direito legítimo dos palestinianos a ter o seu próprio Estado.
A segurança da região "não estará garantida" se Israel "não aceitar o direito legítimo dos palestinianos a ter um território e um Estado em paz e segurança ao lado de Israel", afirmou Macron.
Para Macron, "a segurança de Israel não pode ser duradoura sem a retoma decisiva do processo político com os palestinianos".
"O Hamas é um grupo terrorista, portanto não encarna a causa palestiniana. Deve ser combatido com a força e a causa palestiniana deve ser compreendida", asseverou Macron, citado pela agência espanhola EFE.
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Nesse sentido, o líder francês propôs que a coligação internacional atualmente destacada no Iraque e na Síria para combater o Estado Islâmico possa também atuar contra o Hamas.
"A França está pronta para que a coligação internacional contra o Estado Islâmico, na qual estamos envolvidos, possa também lutar contra o Hamas", disse. "Proponho aos nossos parceiros internacionais que construamos uma coligação regional e internacional para lutar contra os grupos terroristas que nos ameaçam a todos", insistiu.
O grupo islamita palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista pela União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Israel.
Macron viajou hoje para Israel para expressar a solidariedade da França na sequência do ataque de 7 de outubro do Hamas que provocou 1400 mortos, segundo as autoridades de Telavive.
O Hamas também raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, quatro dos quais foram entretanto libertados.
Israel declarou guerra ao Hamas e, desde então, tem bombardeado diariamente a Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, com um saldo de quase 5800 mortos, de acordo com o grupo islamita.
"É uma página negra da nossa história", comentou Macron, que ofereceu condolências a Israel pelo "mais terrível ato de terrorismo" de que foi alvo desde que declarou a independência, em 1948.
Logo após ter chegado ao aeroporto de Telavive, Macron reuniu-se com as famílias dos cidadãos franceses ou com dupla nacionalidade mortos, desaparecidos ou feitos reféns na Faixa de Gaza.
"O primeiro objetivo que devemos ter hoje é a libertação de todos os reféns, sem qualquer distinção", declarou Macron durante um encontro com o homólogo israelita, Isaac Herzog.
Macron deve viajar ainda hoje para Ramallah, na Cisjordânia, para se reunir com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
A presidência francesa anunciou que após a visita a Israel e à Cisjordânia, Macron vai a Amã para se encontrar com o rei Abdullah II da Jordânia e "talvez outros líderes da região".