"Passei por um inferno." Refém do Hamas conta que havia cuidados médicos e sanitários
A mulher de 85 anos contou que no primeiro dia andaram vários quilómetros em chão molhado, por túneis.
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Yocheved Lifshitz, de 85 anos, foi libertada pelo Hamas por "razões humanitárias", após "trabalho diplomático do Qatar", e contou aos jornalistas, ao lado da filha, que passou "por um inferno em Gaza". No seu grupo eram cinco pessoas e para cada uma delas havia um membro do Hamas.
"Tomaram conta de todos os detalhes. Havia muitas mulheres, eles sabiam da higiene feminina e tomaram conta. Não queriam que houvesse doenças", conta Yocheved Lifshitz.
No primeiro dia andaram vários quilómetros em chão molhado. A idosa recorda que andaram por um enorme conjunto de túneis que pareciam "uma teia de aranha". Aos sequestrados foram-lhes também retirados os relógios e as joias.
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"Disseram que eram pessoas que acreditam no corão e que, por isso, não nos iriam fazer mal. Iriam dar-nos o mesmo tratamento que aos sequestradores. Éramos 25. Havia água e bolor por todo o lado. Depois de duas horas e meia a três separaram cinco pessoas que eram de um kibutz perto de nós para outro quarto.
Uns paramédicos e um médico "asseguraram que tomaríamos os remédios de que necessitávamos", descreve a octogenária.
Dormiram em colchões e os raptores trataram das condições sanitárias para que ninguém ficasse doente. Todos eram vistos por um médico a cada dois ou três dias e, caso não houvesse os medicamentos necessários, "traziam equivalentes".
"Havia um homem que foi raptado com uma mota. Estava ferido na perna, nos pés e nas mãos. Durante hora e meia, todos os dias, o paramédico tomava conta dele e agora está muito melhor com antibióticos. Depois de quatro ou cinco dias mudaram os antibióticos e ele ficou melhor", acrescenta.