O chefe de Estado venezuelano promete "evitar" a guerra, numa altura em que Washington conduz uma campanha de ataques aéreos contra embarcações apresentadas como sendo de traficantes de droga nas águas do Caribe
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O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou este sábado os Estados Unidos de "inventar uma guerra" com o seu país, denunciando o destacamento americano nas Caraíbas, oficialmente para combater o narcotráfico.
"Eles inventam uma nova guerra eterna, prometeram nunca mais entrar em guerra e estão a inventar uma guerra que nós vamos evitar", declarou o líder político venezuelano durante um discurso transmitido pela rádio e televisão.
O ministro venezuelano da Defesa alertou também este sábado que as forças armadas impedirão a instalação em Caracas de um Governo "submisso" aos Estados Unidos, que acusa de querer derrubar o presidente Nicolás Maduro com o apoio da oposição.
"Interpretem como quiserem: as Forças Armadas não permitirão aqui um Governo submisso aos interesses dos Estados Unidos", afirmou o ministro Vladimir Padrino na cadeia de televisão pública VTV. "Nunca mais escravos! Somos um país livre!", concluiu o ministro.
As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) da Venezuela, por seu lado, acusaram também a "ultra direita", numa referência à oposição, de pedir um "ataque militar" contra o seu país por parte dos Estados Unidos, que mantém um destacamento naval no Mar das Caraíbas, perto das águas da nação sul-americana.
As oito Regiões Estratégicas de Defesa Integral (REDI) das Forças Armadas, agrupadas por estados em função da sua localização no território, pronunciaram-se contra "as declarações da ultra direita apátrida e fascista" que "promovem uma invasão do império norte-americano contra a Venezuela".
"Não podem ser qualificadas de outra forma senão como autênticos cobardes e traidores da pátria, (...) pretendem governar este país e entregar os nossos recursos naturais e a nossa soberania", afirmou o comandante da REDI Marítima e Insular, José Hernández, num vídeo transmitido pelo canal estatal Venezolana de Televisión (VTV).
Desde o início de setembro, Washington conduz uma campanha de ataques aéreos contra embarcações apresentadas como sendo de traficantes de droga nas águas do Caribe, essencialmente.
Até agora, os Estados Unidos tinham mobilizado navios e caças para estas operações, e anunciaram este sábado o destacamento do porta-aviões Gerald R. Ford, o maior do mundo.
Os EUA acusam Nicolás Maduro de estar à frente de uma vasta organização de tráfico de droga, enquanto Caracas denuncia, por seu lado, um pretexto da Administração de Trump para tentar derrubar o Presidente da Venezuela e tomar o controlo do petróleo venezuelano.