O líder cubano Raul Castro anunciou hoje que Cuba concordou restabelecer relações diplomáticas com os Estados Unidos, congeladas desde 1961, indicando, no entanto, que ainda falta resolver a questão do embargo económico imposto por Washington.
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«Concordámos restabelecer as relações diplomáticas depois de mais de meio século», disse Raul Castro, numa declaração transmitida a partir de Havana.
O líder acrescentou, no entanto, que a questão do embargo comercial imposto pelos Estados Unidos, que designou como «bloqueio», continua por resolver.
A intervenção de Castro foi feita em simultâneo com uma declaração do Presidente norte-americano, a partir da Casa Branca, em Washington. Barack Obama afirmou que pretende discutir o total levantamento do embargo económico a Cuba e o restabelecimento de relações diplomáticas.
Obama afirmou igualmente que os Estados Unidos pretendem retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo.
Estas medidas surgem no âmbito de uma aproximação histórica entre os dois países, que não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961.
Uma declaração que surge depois de os Estados Unidos libertaram os últimos três membros do grupo que ficou conhecido como "Cinco de Cuba", condenados em 2001 por espionagem, informaram altos funcionários norte-americanos, citados pelas agências internacionais.
A libertação de Gerardo Hernández, Ramón Labanino e Antonio Guerrero foi anunciada no mesmo dia em que o regime de Havana libertou o norte-americano Alan Gross, detido há cinco anos em Cuba por espionagem.
O líder cubano Raul Castro anunciou numa comunicação ao país que os três já se encontram em Havana.
Responsáveis norte-americanos precisaram que a libertação de Alan Gross não foi em troca da libertação dos três cubanos, mas sim uma decisão tomada «por razões humanitárias» após um acordo com o governo cubano.
Considerados em Cuba como «heróis» e «combatentes antiterroristas», os elementos do grupo "Cinco de Cuba" foram detidos em 1998 quando a polícia federal norte-americana (FBI) desmantelou uma rede de espionagem cubana, denominada "Avispa", que atuava no sul da Florida.
Todos admitiram que era agentes «não declarados» de Havana nos Estados Unidos, mas alegaram que vigiavam «grupos terroristas de exilados» que conspiravam contra o regime cubano então liderado por Fidel Castro, e não o governo norte-americano.
René González, que esteve recentemente em Portugal, e Fernando González foram os primeiros do grupo a serem libertados em outubro de 2011 e fevereiro de 2014, respetivamente.
Os restantes três elementos do grupo permaneciam detidos até hoje.