Milhares de militantes do partido da oposição Esquerda Radical (Syriza) concentraram-se esta noite frente ao parlamento em Atenas para denunciar o prosseguimento das políticas de austeridade e quando os deputados debatiam uma moção de censura contra o governo.
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A polícia referiu-se a 2.000 manifestantes, enquanto jornalistas e os organizadores avançaram com mais de 5.000 pessoas, referiu a agência noticiosa AFP.
Principal força da oposição ao governo de coligação entre os conservadores da Nova Democracia (ND) e o Partido Socialista (Pasok), o Syriza apresentou uma moção de censura na quinta-feira, após a intervenção durante a madrugada da polícia de choque na sede da antiga televisão pública ERT.
O Syriza justificou a moção contra o executivo do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras como uma forma de denunciar «as políticas catastróficas» do executivo, que está a promover discussões em Atenas com os representantes da 'troika' de credores internacionais (UE-BCE-FMI), sobre a eventual aplicação de novas medidas de austeridade.
O debate no hemiciclo sobre a moção de censura iniciou-se sexta-feira e termina hoje com uma votação prevista para a meia-noite (hora local, 22:00 em Lisboa).
Para derrubar o governo é necessária uma maioria absoluta de 151 votos, impossível de obter pela oposição pelo facto de a maioria governamental assegurar 155 dos 300 lugares do parlamento.
Como sucedeu em ocasiões anteriores, a oposição admitia algumas deserções no campo do governo, em particular entre deputados do Pasok. No entanto, e segundo os observadores, a coligação prepara-se para fazer uma «frente comum» contra o Syriza.
«A moção de censura do Syriza reforçou-nos», garantiu o deputado e ministro-adjunto do Ambiente, Stavros Kalafatis.
Para além do Syriza (72 deputados), os deputados de três outros partidos (Partido Comunista, Gregos Independentes e Aurora Dourada) devem votar a favor da moção de censura, que deverá obter 130 votos, menos 21 que os necessários para derrubar a coligação.