Uma manifestação, não autorizada, de protesto contra um polémico filme sobre o Islão, que hoje se realizou em frente à embaixada dos Estados Unidos em Paris, resultou na detenção de 150 pessoas e alguns confrontos.
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Entre os detidos - conduzidos a esquadras para serem identificados - estão cidadãos egípcios, tunisinos e sírios, indicou à AFP uma fonte policial, acrescentando que um ou dois manifestantes ficaram sob custódia por atos violentos.
Quatro agentes ficaram ligeiramente feridos e a polícia suspeita de ligações dos manifestantes a grupos salafistas (muçulmanos sunitas que defendem o regresso ao Islão dos primórdios e que serve de inspiração a ações violentas de vários grupos terroristas).
A manifestação, que não foi previamente autorizada, reuniu duas centenas de pessoas e só foi replicada numa outra cidade francesa, Anvers, onde 120 pessoas foram igualmente detidas para identificação, após um protesto num bairro com forte presença de muçulmanos.
O presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Mohamed Moussaoui, lamentou a manifestação e apelou aos muçulmanos franceses para não se associarem a «eventos marginais como este».
Também o responsável pela mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, disse ao canal francês I-Télé, que é «bastante grande» que «algumas centenas de pessoas» se tenham concentrado ilegalmente em Paris.
Na maioria homens e muçulmanos, os manifestantes que se concentraram em frente à embaixada norte-americana na capital francesa, a partir das 16:30, quiseram mostrar que não aceitam que brinquem com a sua religião.
Em causa está o filme "A inocência dos muçulmanos", da autoria de um cristão copta dos Estados Unidos, cujo conteúdo é considerado ofensivo para o Islão.
A divulgação deste filme está a desencadear protestos e ataques contra as representações diplomáticas norte-americanas no Médio Oriente e em África, tendo já causado pelo menos uma dezena de mortos em vários países islâmicos.
Na terça-feira, um protesto contra o filme em Benghazi, no leste da Líbia, resultou na morte do embaixador dos Estados Unidos e três funcionários diplomáticos, o que levou a administração de Barack Obama a retirar a maior parte do pessoal diplomático da Líbia e a aconselhar todas as representações a reverem e aumentarem a segurança.