A oposição política e organizações da sociedade civil de Burkina Faso reivindicaram hoje numa marcha, em Ouagadougou, que o exército transfira o poder para o povo, depois da demissão do presidente. A ONU apela aos militares que seja estabelecido um regime de transição civil.
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A plataforma promotora da marcha, com a presença de cerca de mil pessoas, segundo a AFP, reivindicou a sua «forte identidade» na gestão da transição, que, na sua opinião, não devia «ser confiscada» pelo exército de Burkina Faso.
«A oposição política e as organizações da sociedade civil reafirmaram que a vitória da insurreição popular pertence ao povo», referiram a oposição política e a organizações da sociedade civil de Burkina Faso, defendendo «o caráter democrático e civil» que deve ter transição.
O mesmo desejo tinha sido manifestado no sábado pela União Africana, que pediu ao exército que promova uma transição liderada pela sociedade civil, o mesmo acontecendo com os Estados Unidos.
Também as Nações Unidas apelam aos militares que seja estabelecido um regime de transição civil. O enviado da ONU para a África Ocidental já avisou para a possibilidade de serem aplicadas sanções ao Burkina Faso se não for respeitada a ordem constitucional.
Blaise Compaoré, há 27 anos a presidir ao Burkina Faso, demitiu-se na sexta-feira, depois de manifestações populares na capital, de oposição ao prolongamento do mandato do Presidente.