Marina não é Marina de nome. Maria Osmarina da Silva Vaz de Lima nasceu num dos estados mais pobres do Brasil, o Acre. Passou fome. É pela terceira vez candidata à presidência do Brasil. Mas não vai ser desta.
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Passou fome e lembra a noite de Quaresma de 1968 quando para "nove filhos a mãe só tinha na mesa dois ovos e farinha". Marina perguntou ao pai se não comia, ouviu os progenitores dizerem que não tinham fome. Não seria verdade: "Nós comemos e os adultos todos ficaram com fome."
Se hoje Marina Silva apresenta no seu currículo o facto de ser historiadora, professora, psicopedagoga, ambientalista e política brasileira, pela terceira vez candidata à presidência da república, assume que o deve à educação: "Até aos meus dezasseis anos eu era analfabeta." Deixa a promessa: "No meu governo, toda a criança vai ter escola de qualidade."
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Na educação, Marina quer instituir a Política Nacional Integrada para a Primeira Infância. Mas não só: ampliar a oferta de creches, universalizar a educação infantil. Na saúde, recuperar o sistema universal, agendamento de consultas por meio eletrónico e a criação de uma base única de dados do paciente, são alguns dos principais objetivos da candidata apoiada pela Rede da Sustentabilidade.
Outros princípios programáticos da antiga seringueira do Acre passam por fortalecer políticas voltadas para a qualidade de vida, como a prevenção de acidentes de trânsito, a redução da violência, controle e diminuição dos níveis de poluição do ar, alimentação saudável, redução do uso de agrotóxicos e apoio à agroecologia.
Aos 60 anos, Marina Silva já foi senadora, ministra do ambiente no primeiro governo Lula - tendo saído no segundo -, abandonando o PT para fundar o Partido Verde.
Foi candidata ao Palácio do Planalto em 2010, em 2014 chegou quase à segunda volta - conseguiu 22 milhões de votos -, mas à terceira não vai ser de vez. As sondagens dão-na com intenções de voto que por vezes não chegam aos cinco por cento. A antiga parceira do histórico Chico Mendes, dirigente sindical no Acre no tempo em que jagunços matavam à bala quem se opunha aos desmandos dos senhores das terras, é uma mulher de fé evangélica que defende a escola pública laica, insiste na necessidade da renovação política do Brasil, procura o voto dos que têm menores rendimentos no Brasil, especialmente mulheres, mas tem pouco tempo de antena em televisão no horário nobre.
No domingo vai votar em Rio Branco, no Acre.
Na reta final da campanha presidencial do Brasil, a TSF está a publicar os perfis dos principais candidatos. Conheça Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e João Amoêdo antes das eleições do próximo domingo, dia 7 de outubro.