Depois de ter conseguido vantagem sobre Nicolas Sarkozy na primeira volta das eleições francesas, Hollande está em destaque na imprensa francesa esta manhã, mas não está sozinho. Marine Le Pen, da extrema-direita, também é uma das protagonistas.
Corpo do artigo
«Hollande en tetê, Le Pen trouble-fête», ou seja, «Hollande à frente, Le Pen a desmancha-prazeres».
É a capa do Libération, um jornal de esquerda, que no editorial diz que nunca a extrema-direita esteve tão forte em França.
O resultado de Marine Le Pen dá um ar de 21 de Abril à política francesa, escreve o Libe, evocando o dia em que há 10 anos, o candidato de esquerda - na altura Lionel Jospin - foi afastado da segunda volta por Jean Marie Le Pen.
Desta vez, não foi tão trágico como há 10 anos, lê-se ainda no Libération, mas o resultado não deixa de ser inquietante.
O conservador Le Fígaro destaca a vantagem de Hollande para dizer que não é uma vantagem decisiva e deixa o grande desafio a Sarkozy: encontrar as palavras, a atitude e os compromissos para evitar entregar o Palácio do Eliseu à esquerda.
O republicano Lorrain lembra que Sarkozy está encostado à parede, mas é precisamente assim que ele é mais perigoso para os adversários.
O económico Echos escreve que a França acorda com um sabor de ressaca, com uma sombra a pairar sobre a campanha para a segunda volta - a grande sombra de Marine Le Pen.