A presidente da Frente Nacional não conseguiu juntar um número suficiente de partidos eurocéticos para formar um grupo no Parlamento Europeu, garantiu ontem o seu aliado holandês Geert Wilders.
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«Não conseguimos infelizmente formar um grupo no Parlamento Europeu com seis outros partidos», declarou Geert Wilders, citado pela agência noticiosa holandesa ANP.
Os partidos tinham como prazo limite o dia de segunda-feira para se registarem como grupo parlamentar, depois das eleições europeias, realizadas no final de maio, que viram uma forte progressão dos partidos eurocéticos.
Geert Wilders e Marine Le Pen tinham feito um acordo antes das eleições, com o objetivo de «destruir a partir do interior» a União Europeia.
A constituição de um grupo parlamentar requer um mínimo de 25 deputados, do total de 751, provenientes de sete países, o que permite maior visibilidade e mais receitas.
Ora, se o número de deputados não era problema, os partidos eurocéticos têm dificuldade em conciliar pontos de vista por vezes antagónicos. Faltaram dois países à presidente da Frente Nacional (FN), cujo partido venceu as eleições europeias em França.
Ela esperava convencer outros partidos a juntarem-se à FN, ao PVV de Geert Wilders, ao Partido da Liberdade austríaco (FPO), à Liga do Norte italiana e ao Vlaams Belang flamengo, da Bélgica.
Geert Wilders, conhecido pelas suas posições anti Islão, indicou que a colaboração entre os cinco partidos «será mantida (...) com o objetivo de poder formar um grupo antes do final do ano com novos parceiros».
Uma associação com o partido polaco Congresso da Nova Direita (KNP), cujas posições homofóbicas desagradaram a Geert Wilders, tinha sido equacionada, mas veio a ser abandonada.
«O PVV deseja fazer um grupo, mas não a qualquer preço», disse Wilders, acrescentando que o seu partido «teria de construir uma ponte demasiado importante» para colaborar com o KNP, que também quer retirar o direito de voto às mulheres.