O presidente da África do Sul defendeu que devem ser os zimbabueanos a negociar entre si a formação de um governo de «larga representação». A declaração de Thabo Mbeki surgiu após o chefe da diplomacia francesa ter dito que a UE não aceita nenhum governo no Zimbabué que não seja liderado por Morgan Tsvangirai.
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O presidente sul-africano defendeu, esta quarta-feira, que devem ser os zimbabueanos a negociar «entre si» a formação de um «governo de larga representação».
«O resultado que sairá deste processo de diálogo deverá ser aceite pelos zimbabueanos. Claramente, o continente africano não fez qualquer exigência no tocante ao facto de que os zimbabueanos devem negociar entre eles», acrescentou Thabo Mbeki.
Estas declarações de Mbeki a rádio sul-africana surgiram um depois do fim da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Africana, em Sharm el-Sheikh, em que foi exigida a formação de um «governo de união nacional» no país.
Numa resolução, a União Africana pediu a Robert Mugabe para encetar negociações com o líder da oposição do Zimbabué, um documento que foi considerado por alguns líderes africanos como demasiado brando.
O presidente do Botsuana, Mompati Merafhe, e o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, pediram mesmo que Mugabe fosse excluído dos encontros da União Africana.
Já o chefe da diplomacia francesa indicou que a União Europeia não aceita um governo no Zimbabwe que não seja liderado por Tsvangirai, que venceu a primeira volta das presidenciais, mas que depois não se apresentou na segunda volta, devido ao clima de violência no Zimbabué.
«A presidência francesa, de acordo com a Comissão Europeia é clara: o governo não é legítimo se não for dirigido pelo líder da oposição Morgan Tsvangirai», frisou Bernard Kouchner.