Vários governos e líderes do médio oriente e de países do golfo felicitaram hoje a eleição do líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, como primeiro presidente do Egito depois da deposição de Hosni Mubarak.
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Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o seu país respeita a eleição democrática de Mohamed Morsi para a presidência do Egito e quer cooperar com o seu futuro governo.
«Israel valoriza o processo democrático no Egito e respeita os resultados da eleição presidencial», fez saber o gabinete de Netanyahu através de um comunicado.
«Israel espera manter a cooperação com o governo egípcio no espírito do tratado de paz» de 1979, avança ainda o mesmo texto.
Na Faixa de Gaza, que faz fronteira com o Egito e é governada pelo Hamas, um movimento islamita que tem as suas raízes na Irmandade Muçulmana e mantém relações estreitas com o movimento que chega agora ao poder no Cairo, a vitória de Morsi foi celebrada com tiros para o ar.
Mahmud Zahar, dirigente do Hamas, afirmou à agência AFP em Gaza que a vitória de Morsi constitui «um momento histórico e uma nova era na história do Egito», enquanto nas ruas da cidade os festejos se faziam com rajadas de metralhadora.
Zahar considerou a vitória de Morsi «uma derrota do programa de normalização e de cooperação de segurança com o inimigo», numa referência a Israel.
Também a Autoridade Palestiniana saudou o presidente-eleito do Egito. «Felicitamos o doutor Mohamed Morsi, o candidato da Irmandade Muçulmana, pela sua vitória nas eleições presidenciais no Egito», declarou o negociador palestiniano Saeb Erakat.
O ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros fez também saber através de um comunicado, citado pela AFP, que Teerão «congratula-se com a vitória do povo egípcio nestas eleições e com a presidência do Dr. Mohamed al-Morsi, e presta homenagem aos mártires do país».
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) saudaram a vitória de Morsi, apelando para a estabilidade no país mais populoso de África, indicou a agência estatal de notícias, WAM.
Os EAU «felicitam os resultados das eleições presidenciais e respeitam a escolha do povo irmão do Egito no seu caminho de democracia», assinala um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros do pequeno país do Golfo, divulgado pela WAM.
Os EAU «esperam que sejam feitos agora todos os esforços para assegurar a estabilidade, harmonia e cooperação entre todas as partes (...) de forma a realizarem as aspirações do povo egípcio», acrescenta o comunicado.
No Kuwait, o emir Sheik Sabah al-Ahmad Al-Sabah felicitou Morsi pela«confiança nele depositada pelo povo irmão egípcio ao elegê-lo presidente», de acordo com a agência oficial KUNA.
O emir desejou ainda ao líder recém-eleito «boa sorte na realização das aspirações de prosperidade, de segurança e de estabilidade dos egípcios», acrescentou a KUNA.
Em Bagdade, o presidente do parlamento iraquiano, Osama al-Nujaifi, expressou «as mais calorosas felicitações e desejos de boa sorte», esperando que o «Egito e o seu povo tenham segurança, estabilidade e prosperidade durante a próxima fase».
A Organização para a Cooperação Islâmica, sediada na Arábia Saudita, saudou «o presidente-eleito do Egito» e considerou a sua vitória «um evento histórico importante que vai ao encontro das exigências dos egípcios», avançou a AFP.
Morsi torna-se o primeiro presidente egípcio pós-revolução, com 51,73 por cento dos votos, derrotando Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro do regime de Hosni Mubarak.