Milhares de pessoas marcharam hoje no centro de Moscovo contra a "ocupação" da Crimeia e a política do Kremlin, enquanto grupos de nacionalistas defendem, noutro ponto da cidade, a ação do presidente Putin nesta região da Ucrânia.
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«Pela vossa e pela nossa liberdade!» lia-se numa faixa que encabeçava a manifestação convocada pela oposição ao presidente Vladimir Putin.
A marcha, que partiu da Praça Pushkin em direção à avenida Sakarov, terá reunido cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativas das agências de notícias internacionais.
«Não toquem na Ucrânia», «Não à guerra», podia ler-se também nos cartazes empunhados por pessoas de todas as idades com bandeiras russas e ucranianas.
«A Crimeia é Ucrânia. Mesmo que a maioria dos seus habitantes seja russa, devem resolver os problemas com o seu Estado. A Rússia não tem nada a ver com isso», disse Alla, uma antiga professora de 71 anos. «É uma guerra, uma ocupação, é inaceitável da parte de um estado civilizado», acrescentou.
Os manifestantes entoaram slogans como «não ao poder dos tchequistas» (membros dos serviços secretos) ou «Navalny», o nome do principal opositor do presidente Vladimir Putin, que está em prisão domiciliária em Moscovo. A marcha foi acompanhada por um forte dispositivo policial.
Na Praça da Revolução e do Kremlin, cerca de 15 mil pessoas responderam ao apelo das organizações nacionalistas em apoio à política do presidente Vladimir Putin.
As autoridades locais da Crimeia, no sul da Ucrânia, não reconhecem o novo Governo de Kiev e agendaram para domingo um referendo sobre a anexação da península à Rússia.
Forças pró-russas começaram a assumir posições estratégicas na Crimeia, território predominantemente habitado por russos, após a destituição do presidente Viktor Ianukovich no passado dia 22 de fevereiro.