Um soldado dos EUA foi hoje formalmente acusado de «assassínio premeditado» de 17 civis numa vila no Sul do Afeganistão, informaram as forças armadas norte-americanas, através de comunicado emitido na capital afegã, noticia a AFP.
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O sargento Robert Bales, do 2º Batalhão, foi também acusado de seis tentativas de assalto e tentativa de assassínio no distrito de Panjwai, da província de Kandahar, ocorridas no início deste mês.
O massacre, do qual muitas das vítimas foram mulheres e crianças, é considerado o maior crime de guerra atribuído a um soldado da NATO durante o conflito, que dura há uma década, e perturbou ainda mais as relações difíceis entre Washington e Cabul.
Os dirigentes militares norte-americanos adiantam que, sob o seu código de justiça, «a punição máxima possível para uma condenação por assassínio premeditado é a exclusão desonrosa das Forças Armadas, a redução ao grau mais baixo, confiscação de salários e rendimentos e morte».
A condenação mínima é a prisão perpétua, com possibilidade de liberdade condicional.
Existem seis militares no "corredor da morte", mas há 50 anos que não é executada uma condenação à pena de morte.
Bales, de 38 anos, está detido em Fort Leavenworth, no Estado do Kansas, e um porta-voz das forças armadas norte-americanas afirmou que «é mais do que provável» que o seu julgamento se realize nos EUA.
Um porta-voz do presidente afegão, Hamid Karzai, afirmou: «Queremos justiça e queremo-la tão rápida quanto possível».
Familiares das vítimas pretendem que o julgamento se realize no Afeganistão.
Fonte oficial disse à AFP que as vítimas do assassínio tinham sido nove crianças, quatro mulheres e quatro homens, tenso ficado feridos quatro crianças, uma mulher e um homem.
Depois do massacre, foi noticiado amplamente que as vítimas eram 16, mas o porta-voz dos militares norte-americanos disse que «as provas disponíveis para a acusação indicam 17 vítimas de assassínio premeditado».
Todos os 17 morreram na hora do incidente ou pouco tempo depois, acrescentou, negando rumores de que um dos feridos tinha morrido no hospital, ou que uma mulher estava grávida.