Porta arrombada e um carro destruído. Assessora portuguesa descreve invasão de ministério em Paris
Anna Martins relata que, ao contrário do que é normal em situações de protesto, não foi estabelecido um perímetro de segurança à volta do ministério.
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O dia de protestos em Paris fica marcado - além das mais de 100 detenções e dezenas de incêndios em Paris - pela necessidade de evacuar o porta-voz do Governo francês, Benjamin Griveaux, depois de vários coletes amarelos terem invadido o ministério dos Assuntos Parlamentares com recurso a uma retroescavadora.
Anna Martins é portuguesa e assessora do ministro francês dos Assuntos Parlamentares e trabalha precisamente no edifício no qual os manifestantes tentaram entrar na tarde deste sábado. Em declarações à TSF, conta que nem ela nem o ministro estavam nas instalações, mas faz notar que ao contrário do que é habitual em dias de protestos, esta zona não estava interditada.
"Normalmente, todo o perímetro ao lado do ministério está bloqueado e ninguém pode circular quando há este tipo de manifestações. Hoje não houve esse cuidado porque ninguém estava à espera que houvesse essa movimentação popular tão consequente", explica.
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Apesar da inexistência do perímetro, nada fazia prever o que passou de seguida. "Os coletes amarelos - várias dezenas - conseguiram apoderar-se de uma retroescavadora porque a rua estava em obras e mandaram-no contra a porta, que já era bastante velha", conta.
O resultado desta ação foi uma porta rebentada, que permitiu aos manifestantes entrarem numa zona do piso térreo, onde os carros dos funcionários estavam estacionados. Uma das viaturas ficou totalmente destruída. O ministro francês dos Assuntos Parlamentares, Marc Fesneau, já divulgou no Twitter algumas fotografias dos estragos.
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O porta-voz do Governo, Benjamin Griveaux estava no primeiro andar, onde os manifestantes nunca conseguiram entrar, e acabo por ser retirado por uma porta secreta do ministério.
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