O ministro dos Negócios Estrangeiros francês afirmou que as forças africanas de intervenção no Mali «devem tomar o controlo» no país, depois de a França ter sido obrigada a intervir.
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Laurent Fabius falava na chegada a Abidjan, capital da Costa do Marfim, pouco antes antes do início da cimeira dos países da África ocidental dedicada à situação no Mali.
«A França foi obrigada a intervir muito, muito rapidamente caso contrário não haveria mais Mali, mas são os africanos que devem tomar o controlo», declarou o responsável governamental à RTL.
Interrogado sobre qual o tempo necessário para que as tropas africanas da Misma (missão de apoio ao Mali) estejam operacionais, o ministro estimou que será «em semanas».
A cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem como objetivo «organizar a Misma, ou seja, os militares africanos, e fazer com que possam chegar muito rapidamente - alguns já chegaram - e começar a reconquista do Mali».
O norte do Mali está ocupado há 10 meses por grupos islamitas armados e a França avançou com uma intervenção militar a 11 de janeiro para impedir o avanço para sul.
«Pode haver problemas de transporte de tropas, problemas concretos, logística a organizar, mas vai ser muito rapidamente», referiu o ministro francês.
No terreno estão já mais de 1.400 soldados franceses, apoiados por aviões e helicópteros de combate, assim como uma centena de militares do Togo e da Nigéria, primeiros elementos da Misma, que chegaram na quinta-feira a Bamako.
Cerca de 2.000 elementos desta força, autorizada pela ONU e que será comandada pelo general nigeriano Shehu Abdulkadir, deverão chegar ao país até 26 de janeiro.
Interrogado sobre os reféns na unidade de gás na Argélia, uma situação que se prolonga desde quarta-feira, Laurent Fabius escusou-se a comentar. Na sexta-feira tinha anunciado a morte de um francês «no decorrer da operação de resgate dos reféns» pelas forças argelinas.