O ministro do Interior da Grécia visitou o campo junto à fronteira com a Macedónia. O mau tempo e a falta de comida e medicamentos são a realidade de cerca de 15 mil migrantes e refugiados.
Corpo do artigo
"Quem quer que aqui venha leva vários murros no estômago". O ministro do Interior da Grécia visitou esta sexta-feira o campo improvisado que acolhe entre 12 a 15 mil migrantes e refugiados em Idomeni, junto à fronteira com a Macedónia.
Durante a visita, Panagiotis Kouroublis comparou Idomeni a um campo de concentração nazi. "Não hesito em dizer que isto é um Dachau dos tempos modernos, um resultado da lógica de fechar fronteiras", disse.
O ministro prometeu reforçar o policiamento e acompanhamento médico na zona neste campo improvisado inicialmente preparado para acolher 2.500 pessoas, mas que atualmente excede cinco a seis vezes a sua capacidade. Na maioria são sírios e iraquianos os que esperam em Idomeni para passar a fronteira, e entre os quais há muitas crianças.
A chuva persistente transformou o campo num lamaçal, com milhares de pessoas a dormir em pequenas tendas sobre a lama ou em valas e a esperar horas em longas filas para receber alimentos distribuídos por organizações humanitárias.
Dezenas de crianças estão doentes e foram detetados casos de hepatite, tanto em Idomeni como no acampamento que acolhe outros 15.000 refugiados junto ao porto de Pireu, em Atenas.
O Governo grego afirma que mais de 46.000 refugiados estão bloqueados no país devido ao encerramento de fronteiras pela Macedónia e outros países da rota migratória dos Balcãs.