Ministro holandês das Finanças diz que "garantir dívidas dos outros" não é "razoável"
Nos últimos dias, o ministro holandês das Finanças, Wopke Hoekstra, tinha apresentado um mea culpa, depois das polémicas declarações, que António Costa apelidou de "repugnantes".
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O ministro holandês das Finanças repetiu que Haia não está disponível para pagar a dívida contraída por outros. Wopke Hoekstra também não aceita os Eurobonds, a mutualização da dívida europeia.
Numa mensagem deixada no Twitter, o ministro escreve: "A Holanda é e mantém-se contra a ideia dos Eurobonds. Pensamos que tal criaria mais problemas do que soluções para a União Europeia. Teríamos de assegurar as dívidas de outros países, o que não é razoável. A maior parte do Eurogrupo não apoia esta solução e é contra os Eurobonds."
NL was and remains against the idea of #Eurobonds, we think this will create more problems than solutions for the EU. We would have to guarantee debts of other countries which isn"t reasonable. The majority of the Eurogroup shares this view and does not support Eurobonds.
- Wopke Hoekstra (@WBHoekstra) April 8, 2020
A Alemanha e a França voltaram a apelar para que se celebre um acordo ambicioso e para que os obstáculos sejam levantados.
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As divisões dentro do Eurogrupo já tinham sido evidenciadas. Esta manhã a reunião do Eurogrupo foi suspensa. Mário Centeno afirmou que os ministros estão perto de alcançar um acordo, mas que isto ainda não foi conseguido. A conversa será retomada na quinta-feira.
O comissário europeu da Economia salientou a importância de um compromisso, e, em nome da Comissão Europeia, apelou ao sentido de responsabilidade de todos.
Nos últimos dias, o ministro holandês das Finanças, Wopke Hoekstra, tinha apresentado um mea culpa, depois das polémicas declarações - que António Costa apelidou de "repugnantes" - sobre os países do sul da Europa e da sua capacidade de combate ao novo coronavírus. Nessa altura, o responsável holandês recuou face às palavras anteriores.
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Em entrevista à RTL, reconheceu que os seus comentários e os do primeiro-ministro holandês Mark Rutte sobre a participação holandesa nos coronabonds terão mostrado "pouca compaixão" para com os países em questão.