O ex-general sérvio bósnio, Ratko Mladic, enfrenta esta manhã a primeira audiência perante os juízes do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) onde vai ser confrontado com 11 acusações.
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A acta de acusação, que vai ser pronunciada pelo procurador-geral do TPIJ, Serge Brammertz, inclui o delito de genocídio pela matança de Srebrenica e de crimes de guerra pelo cerco a Sarajevo.
Os juízes vão ter ainda oportunidade para observar o estado físico de Mladic, que segundo um dos seus advogados em Belgrado padece de um cancro e foi assistido em 2009 num hospital da capital sérvia.
«Está doente há muito tempo», disse quinta-feira Milos Saljic em declarações ao diário Press.
Saljic disse que o acusado do genocídio de Srebrenica «está careca e tem a pele irritada devido à quimioterapia».
No entanto, o Instituto Sérvio de Oncologia e o Hospital Militar de Belgrado, os principais centros de tratamento de cancro na Sérvia, negaram que Mladic fosse seu paciente nessa data.
A família de Mladic tentou retardar a sua extradição para o TPIJ ao alegar a debilidade física do suspeito devido a um derrame cerebral que sofreu há alguns anos e a várias doenças crónicas.
Ratko Mladic foi detido em 26 de Maio pela polícia sérvia numa pequena povoação a norte de Belgrado, onde estava refugiado em casa de um familiar, e transferido para Haia terça-feira, onde permanece encarcerado na prisão do tribunal em Scheveningen, arredores de Haia.
Caso Mladic decida declarar-se culpado, opção pouco provável pelo facto de ter sistematicamente negado qualquer responsabilidade no massacre de Srebrenica em Julho de 1995, bastaria fixar outra data para determinar a pena.
A declaração de não culpado implicará o início do julgamento, que os juízes de Haia pretendem célere. A terceira opção poderá consistir na não comparência do suspeito, por alegados motivos de saúde, que implicaria a convocação de uma segunda audiência nos próximos 30 dias.