Gomes Cravinho reconhece que a aliança quer reforçar o número de militares em prontidão, mas garante que estes vão continuar nos seus países até "serem chamados a intervir em caso de necessidade".
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, esclareceu esta terça-feira, em entrevista à RTP à margem da Conferência dos Oceanos, em Lisboa, que os 300 mil militares que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) quer ter em prontidão nos países de fronteira com a Rússia "não estarão" no terreno, mas sim nos países que fazem parte da aliança "para serem chamados" em caso de necessidade.
"Há 300 mil em prontidão militar, não vão estar no terreno, não estarão nesses países nas fronteiras da Rússia, mas estarão em prontidão em Portugal, Espanha, França e em todos os países da NATO para serem chamados a intervir em caso de necessidade", explicou.
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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou esta segunda-feira, numa conferência de imprensa em Bruxelas, que os líderes dos países membros esperam chegar a acordo em Madrid, esta semana, para um aumento das forças de alta prontidão para mais de 300 mil militares, assim como para o reforço de batalhões estacionadas em países do leste da Europa.
Gomes Cravinho explicou, por seu lado, que "em consequência de uma muito maior tensão internacional, há uma maior prontidão militar para responder, mas não vai haver essas tropas todas na fronteira com a Rússia".
Questionado sobre se, com esta iniciativa, a NATO está a admitir que espera um agravamento do conflito, o ministro português respondeu apenas que a aliança deve "esperar e trabalhar para o melhor, mas estar preparada para o pior".
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