A secretaria de Estado portuguesa das Comunidades desaconselha deslocações nas províncias moçambicanas de Sofala e Nampula e recomenda cautela em Maputo.
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Face aos últimos incidentes e à tensão vivida em Moçambique, onde vivem cerca de 20 mil portugueses, a secretaria de Estado das Comunidades apela, no seu site na Internet, a que não se façam viagens internas nas províncias de Sofala e Nampula.
Caso haja absoluta necessidade de o fazer, o viajante deve «procurar integrar-se, sempre que possível, nas colunas escoltadas pelas forças de defesa e segurança».
«Aconselha-se, igualmente, particular diligência no acompanhamento através dos meios de comunicação social do evoluir da situação», refere o alerta.
Em relação a Maputo, onde se tem registado uma particular incidência de raptos, a secretaria de Estado recomenda «a maior cautela nas deslocações» e «evitar frequentar locais isolados e repetir rotinas, incluindo fazer o mesmo percurso todos os dias».
Além disso, os viajantes devem evitar exibir bens com valor monetário significativo e são aconselhados a manter sempre a família ou pessoas de confiança informadas sobre as deslocações.
Ouvido há instantes pela TSF, o secretário de Estado das Comunidades José Cesário explica o motivo deste alerta.
«Há alguma alteração naquilo que é o clima de segurança em geral, não estamos a falar de nenhuma situação excessiva, mas há razões para recomendar cautela para quem se desloque ao longo do país», explica.
Moçambique vive a sua pior tensão política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em, 1992, devido a confrontos entre as forças de defesa e segurança e antigos guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição, por causa de diferendos entre o movimento e o Governo sobre a lei eleitoral.