Molenbeek, o bairro associado ao terrorismo que procura aproveitar a fama para ganhar nova vida
Joaquim Fonseca, um belga de ascendência portuguesa, que vive no bairro da capital belga, acredita mesmo que o momento não podia ser melhor para lutar por melhores condições de vida de uma das zonas mais pobres da Bélgica.
Corpo do artigo
Por ter sido o bairro onde nasceu Salah Abdeslam, um dos suspeitos dos atentados terroristas de Paris. Por ter sido revirado pela polícia que procurava esse fugitivo, que ainda está a monte. E por nessas operações terem sido detidas oito pessoas, por suspeita de ligação a grupos islamitas. Molenbeek, em Bruxelas, já chegou mesmo a ser apelidado de um autêntico de "ninho de terroristas", e passou a ser um nome mundialmente conhecido, pelos piores motivos.
Historicamente uma das zonas mais pobres da capital belga, Molenbeek tem 3 caixas multibanco para 26 mil pessoas. Os correios fecharam. A biblioteca também. Não há gabinete dos serviços sociais.
A TSF esteve lá, pouco mais de um mês depois dos ataques de Paris, e conheceu Joaquim Fonseca. Tem 34 anos e é filho de pais portugueses, de Lisboa. Nasceu na Bélgica e vive em Molenbeek.
Formado em história, trabalhou na área da educação, com jovens, e é membro do Partido dos Trabalhadores da Bélgica. Acredita que a exposição a que o bairro foi sujeito, passando a estar nas bocas do mundo, não tem apenas o lado mau. Joaquim considera que há muito a fazer pelo bairro, e esta é mesmo a altura.