Ataque a maternidade na Ucrânia é foto do ano. Eis as imagens vencedoras do World Press Photo 2023
Na edição deste ano, não houve nenhum português entre os nomeados, ao contrário do que aconteceu em 2021, com a distinção de Nuno André Ferreira.
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"Morte, desespero, perda e crise." A guerra na Ucrânia, a crise no Afeganistão, as alterações climáticas e a vivência em comunidade são os temas em destaque na edição de 2023 do concurso mundial de fotografia da Fundação World Press Photo. Os vencedores foram divulgados esta quinta-feira.
A imagem de uma mulher grávida a ser transportada de um hospital atingido por bombas russas, em Mariupol, foi escolhida por unanimidade como a vencedora na categoria Foto do Ano.
Com a votação a decorrer no ano que marca o primeiro aniversário do início da guerra na Ucrânia, o júri mencionou o poder da imagem, de Evgeniy Maloletka, e a história que retrata, "foi como se estivessem a tentar matar o futuro da Ucrânia", disse um dos jurados sobre o momento captado.
Já a História do Ano foi entregue ao fotojornalista Mads Nissen, com o registo de uma criança afegã que carrega no corpo os efeitos da repressão taliban no país asiático.
A World Press Photo premiou também as imagens de Anush Babajanyan e de Mohamed Mahdy, nas categorias de Projetos de Longo Prazo e Formato Aberto, respetivamente.
"Milhões de pessoas em todo o mundo vão olhar para estas fotografias e ver a morte, o desespero, a perda e a crise. O meu desejo é que também vejam o que eu vejo. A esperança de que através da documentação haja uma oportunidade de justiça e um futuro melhor, que através da memória honramos o que está perdido, e que através da coragem e dedicação destes fotógrafos somos inspirados", disse Joumana El Zein Khoury, diretor executivo da World Press Photo, num comunicado envidado aos jornalistas.
Além dos vencedores globais em cada categoria, há também para conhecer os vencedores das competições regionais - África, Ásia, Europa, América do Norte e Central, América do Sul, Sudeste Asiático e Oceânia - escolhidos entre mais de 60 mil participações, submetidas por 3752 participantes de 127 países.
Foram destacados trabalhos sobre a pobreza no Afeganistão, com mulheres e crianças a implorar por pão em frente a uma padaria, ou a história de uma mulher iraniana sentada em público a desafiar a lei que obriga ao uso do hijab (véu islâmico).
Na edição deste ano, não houve nenhum português entre os nomeados, ao contrário do que aconteceu em 2021, com a distinção de Nuno André Ferreira.
Todos os vitoriosos são convidados a participar num programa de eventos em Amesterdão, Países Baixos, de 9 a 13 de maio, que inclui eventos de networking (com editores de fotografia, curadores e diretores de festivais), workshops, apresentações, e uma visita às suas imagens vencedoras na exposição anual do World Press Photo.