As autoridades noruguesas opõem a uma sessão pública e ponderam alterar o local da audiência de Breivik, receando a multidão furiosa e que o assassino confesso use o julgamento para fazer publicidade à ideologia que defende.
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A polícia norueguesa pediu para que a sessão de Anders Breivik decorra à porta fechada. Breivik, pelo contrário deseja uma audiência pública, e solicitou apresentar-se num uniforme perante o juiz de instrução, um juiz que vai decidir se ele fica em prisão preventiva nas próximas quatro a oito semanas.
Contudo, o julgamento formal de Breivik só deverá iniciar-se no próximo ano.
A audiência estava planeada para decorrer no palácio da justiça, um edifício que ficou parcialmente danificado pela enorme bomba, mas as autoridades poderão vir a alterar o local à última da hora. A polícia receia uma multidão furiosa à espera de Breivik, com riscos para o detido, mas também o público.
Um aparente dilema das autoridades e da imprensa norueguesa é o facto de Breivik querer usar a audiência, e depois o julgamento, como uma oportunidade para propangandear a sua ideologia fundamentalista cristã e anti-islâmica, perante a imprensa da Noruega e de todo o mundo.
Esta noite, os noruegueses vão desfilar em silêncio em todas as cidades e vilas do país, com archotes, para lembrarem as muitas dezenas de mortos do maior ataque contra o estado norueguês desde a segunda guerra mundial.