O Pentágono acredita que as raparigas raptadas na Nigéria já não estão juntas, o que vai dificultar as operações para as tentar encontrar. Há também informações sobre uma possível troca que o Boko Haram quer fazer com as adolescentes.
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As raparigas raptadas na Nigéria podem ser usadas como moeda de troca. A informação é avançada por um jornal nigeriano que publica declarações de um antigo elemento do Boko Haram.
O homem, que foi negociador, diz que o grupo pretende trocar as raparigas por extremistas islâmicos que estão detidos no país
Ele analisou o vídeo onde o líder do grupo ameaça vender as raparigas para afirmar que o movimento não pretende matá-las mas usá-las como moeda de troca.
O antigo elemento do Boko Haram adianta que, pelo que conhece do grupo, a ameaça pretende forçar o governo a aceitar uma troca: as reféns pelos fundamentalistas detidos.
Entretanto, a Associação de Cristãos da Nigéria acusou as autoridades do Estado de Borno e os responsáveis da escola de cumplicidade no rapto.
A organização, que alega que muitas das jovens raptadas são cristãs e não muçulmanas, divulgou um comunicado em que apela a uma rápida investigação do que aconteceu.
Quer saber, por exemplo, onde estavam as filhas do diretor e do subdiretor da escola quando o rapto aconteceu, como foi possível levar quase 300 raparigas sem ninguém dar por isso e porque é que as autoridades do estado não levaram em conta o aviso de que seria perigoso as raparigas fazerem o exame que estava previsto para o dia seguinte.
A Associação de Cristãos da Nigéria exige explicações e garante que a comunidade não vai aguentar por muito mais tempo a intimidação e ameaças a que tem estado sujeita.
À Nigéria chegaram entretanto oficiais norte americanos que vão juntar-se à equipa que já está a ajudar o governo.
No terreno, as buscas podem tornar-se mais dificeis; as primeiras informações recolhidas pelos serviços secretos americanos indicam as jovens foram separadas. Há também a informação de que poderão já não estar no país.
O antigo primeiro ministro britânico Gordon Brown, que é actualmente o enviado especial da ONU para a educação global, afirmou que as buscas devem ser feitas não na Nigéria mas nos Camarões, no Niger e no Chade para onde elas terão sido levadas.