As palavras do secretário de estado norte-americano foram proferidas no final de uma reunião com o homólogo cubano, Bruno Rodriguez, que pediu o fim do embargo e restituição de terrenos de Guantánamo.
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O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou esta segunda-feira, em Washington, que os Estados Unidos pretendem ser "bons vizinhos" de Cuba, mas avisou que a normalização total das relações diplomáticas será "longa e complexa".
Falando em espanhol, numa conferência de imprensa, ao lado do seu homólogo cubano, na sede do Departamento de Estado, Kerry disse que os Estados Unidos "dão as boas-vindas a um novo começo nas relações com o povo e o Governo de Cuba".
Em inglês, o secretário de Estado norte-americano acrescentou que o reatar das relações diplomáticas, hoje oficializado com a reabertura das embaixadas de ambos os países em Havana e Washington, "não significa o fim das muitas diferenças que continuam a separar os governos".
Na conferência de imprensa, John Kerry confirmou que viajará, a 14 de agosto, para Havana, para içar a bandeira na embaixada dos Estados Unidos, naquela que será a primeira visita a Cuba de um diplomata norte-americano desde 1945.
Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez, apelou ao fim do embargo económico dos Estados Unidos contra Cuba e reclamou a restituição dos terrenos da base naval norte-americana de Guantánamo.
O chefe da diplomacia cubana apontou como pontos "cruciais para uma normalização" das relações entre os dois países o "levantamento completo do embargo e a restituição do território ocupado ilegalmente de Guantánamo, assim como o respeito pela soberania de Cuba e as compensações para o povo cubano pelos danos humanos e económicos".
Em resposta, o secretário de Estado norte-americano referiu que a administração de Barack Obama deseja rapidamente o levantamento do embargo imposto a Cuba desde 1962.
Contudo, ressalvou que, "de momento, não há intenção" por parte dos Estados Unidos de alterar "o tratado de locação" do centro de detenção da baía de Guantánamo, que alberga uma prisão militar.
Estados Unidos e Cuba reataram hoje, oficialmente, relações diplomáticas, com a reabertura das suas embaixadas em Havana e Washington.