Nove dos 18 detidos na manifestação dos Indignados em Madrid deverão ser libertados
Nove dos dezoito detidos na manifestação de indignados realizada no sábado, no centro de Madrid, deverão ser libertados, segundo fontes do Ministério do Interior espanhol, citadas pela agência EFE.
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Esta madrugada, sete horas depois do prazo fixado pelas autoridades para o fim do protesto que reuniu, durante a tarde e a noite, largos milhares de pessoas na Puerta del Sol, praça emblemática da capital espanhola, a polícia desmobilizou os manifestantes à força.
Em resultado, registaram-se confrontos e 18 pessoas foram detidas por resistência, desobediência e atentado à autoridade.
Os nove detidos que serão «presumivelmente» libertados não têm antecedentes criminais, segundo as fontes do Ministério do Interior espanhol, não identificadas pela EFE, que adiantaram que os restantes nove detidos, entre os quais seis com antecedentes criminais, deverão ser julgados. Segundo o diário espanhol El Mundo, incorrem numa pena que pode ir até aos quatro anos de prisão.
Às cinco da madrugada, uma centena de polícias, com a ajuda de 30 carrinhas antimotim, desmobilizou à força, e em pouco tempo, as duas centenas (números do El País, mais do dobro, segundo o El Mundo) de "indignados" que ainda se mantinham na Puerta del Sol.
Segundo o El Mundo, a operação foi desencadeada quando os manifestantes mostraram intenções de acampar. As autoridades tinham afirmado antes que não autorizariam novo acampamento na praça, epicentro do nascimento do movimento 15M, iniciado a 15 de maio de 2011.
Segundo o jornal espanhol El País, dois agentes ficaram feridos nos confrontos. O El Mundo fala em quatro feridos, sem mais detalhes.
O coletivo 15M criticou a «brutalidade» e «arbitrariedade» policiais na desmobilização da praça.
Cercada pela polícia durante a madrugada, a praça madrilena voltou hoje a ser ocupada pelos manifestantes, que ali realizam, nesta altura (23h50), várias assembleias temáticas, para debater propostas sociais e económicas, juntando, "a olho", segundo o El Mundo, três a quatro mil pessoas.
O conhecido realizador espanhol Pedro Almodóvar deslocou-se hoje ao local para manifestar a sua solidariedade com os "indignados", informa a imprensa local. «Identifico-me muito com esta malta e fico contente que isto se esteja a passar. Podem contar comigo», disse.