João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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Hoje o presidente chinês Xi Jinping chegou a Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, para inspecionar o trabalho de prevenção e controlo que se tem vindo a realizar. Mas também para encorajar todos aqueles que tem vivido este drama.
O seu primeiro ponto da agenda foi uma visita ao Hospital Huoshenshan (que foi construído em dez dias dedicado ao combate da Covid-19). Estão previstos encontros com pacientes, médicos da linha de frente, funcionários locais, militares, trabalhadores das comunidades, policiais e voluntários. Também faz parte da agenda uma visita a uma comunidade residencial. Hoje foi desativado o último dos 14 hospitais de campanha.
Até ontem de manhã, 11 deles já tinham sido desmobilizados e durante o dia outros dois também deram por encerradas as suas atividades. No entanto alguns manter-se-ão de plantão como medida preventiva. Hoje pelo quarto dia consecutivo, Wuhan volta a registar uma descida acentuada dos números: 17 novos casos positivos e 17 óbitos.
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No resto da China não foi reportada nenhuma morte. O número de novos casos infetados seria também zero, não se desse o caso de haver dois casos importados. Até agora foram confirmados 69 casos positivos do novo coronavírus em pessoas que vieram de fora do país.
A China tem agora um novo desafio. É necessário realizar o controlo e a prevenção do surto a todos aqueles que chegam do estrangeiro. Mas, apesar de a situação ser cada vez mais grave em todo o mundo, a China não fechará as suas fronteiras, o que vai requer maiores esforços para rastrear todos os recém-chegados, tanto chineses quanto estrangeiros, de forma a evitar que o vírus volte para o país.
As medidas de saúde pública podem variar de acordo com diferentes níveis de risco. Para passageiros vindos de países de alto risco, ou apresentando febre e/ou sintomas respiratórios, as equipas medicas estão de prontidão nos aeroportos para novas inspeções.
Todos os viajantes terão de preencher formulários de declaração de saúde para entrar na China. O vírus não respeita fronteiras. Hoje os esforços conjuntos entre os países são cada vez mais importantes, para que se proteja a saúde das pessoas.
João Pedrosa em Wuhan (10 de março de 2020)
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