Obama clarificou as circunstâncias em que as forças armadas serão autorizadas a realizar ataques com drones e retomou uma promessa eleitoral de 2008: o encerramento da prisão de Guantanamo.
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O presidente dos EUA anunciou hoje as novas linhas que vão orientar o combate ao terrorismo liderado por Washington.
Durante uma intervenção na Universidade de Defesa Nacional, em Washington, Obama revelou ter assinado um novo memorando que determina as circunstâncias em que devem ser efetuados ataques com aviões não tripulados ('drones') no estrangeiro.
Assim, as pessoas visadas por estes bombardeamentos devem representar uma ameaça «iminente» contra os norte-americanos, e prevê-se que as ações apenas sejam desencadeadas caso o suspeito em causa não possa ser facilmente capturado.
Numa referência à prisão militar de Guantanamo, em Cuba, onde desde 2002 permanecem dezenas de detidos suspeitos de terrorismo, muitos ainda sem qualquer acusação formal, o Presidente norte-americano anunciou que vai levantar uma moratória sobre a transferência para o Iémen de presos que se encontram na base, apesar de prevenir que os seus dossiers serão examinados «caso a caso».
Obama, que repetiu a intenção de encerrar a prisão, uma promessa do início do seu primeiro mandato, também indicou que vai nomear um novo responsável para supervisionar as eventuais transferências de prisioneiros e apelou ao Pentágono para designar um local em território norte-americano onde serão organizados os processos militares de exceção para julgar os detidos que já foram formalmente acusados.
O Presidente norte-americano alertou ainda que uma guerra «perpétua» dos EUA contra o terrorismo está «perdida à partida», na ausência de uma estratégia para abordar as raízes do extremismo.
«Não podemos recorrer à força em todos os locais onde esteja a emergir uma ideologia radical. Na ausência de uma estratégia que reduza o extremismo na sua fonte, uma guerra perpétua, através de 'drones', comandos ou envio de tropas, estaria perdida à partida, e alteraria a imagem do nosso país», assegurou.
Obama apelou ainda para que «seja concluída a tarefa de derrotar a Al-Qaida e forças associadas» e assegurou que «o coração da Al-Qaida no Afeganistão e Paquistão está a caminho de ser derrotado».