O grupo de trabalho da ONU sobre detenção arbitrária considerou ilegal a detenção que obrigou o fundador do WikiLeaks a ficar confinado na embaixada do Equador, em Londres, de acordo com informações veiculadas pelo governo sueco.
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Em declarações à agência France-Presse, uma porta-voz da ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Margot Wallström, comunicou esta quinta-feira que a ONU chegou a "uma conclusão diferente da do sistema judicial da Suécia", um dia antes de a decisão ser divulgada oficialmente.
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O fundador do WikiLeaks, que o governo sueco pretende extraditar por ter sobre ele pendente uma acusação de violação, tem vivido na embaixada do Equador, em Londres, desde 2012. Esta quinta-feira, Julian Assange afirmou esperar ser tratado como um homem livre caso a ONU decidisse a seu favor, o que parece que irá acontecer, de acordo com Margot Wallström, já que a decisão oficial só irá ser comunicada amanhã.
Em setembro de 2014, Assange preencheu uma queixa contra a Suécia e o Reino Unido, que enviou à ONU, reivindicando que o seu confinamento na embaixada se devia a uma detenção ilegal. Esta quinta-feira, Assange afirmou que se fosse provado que as autoridades tinham atuado de forma ilegal, esperava que lhe devolvessem o seu passaporte e que todas as tentativas de o deterem terminassem. Em resposta, David Cameron, primeiro-ministro britânico, prometeu que Assange seria detido caso saísse da embaixada, independentemente da decisão da ONU.
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As decisões da ONU não têm força legal, mas os seus advogados acreditam que são capazes de influenciar o sistema judicial dos países, dando como exemplos a agora presidente da Birmânia, Aung San Suu Kyi, e o jornalista do Washington, Post Jason Rezaian.
Per Samuelsson, o advogado de Assange, afirmou que uma decisão a favor do seu cliente obrigaria a procuradora Marianne Ny a pedir aos tribunais que retirem o mandado de captura emitido contra o seu cliente.