Um alto responsável da ONU afirmou hoje em Abidjan que ocorreram recentemente casos de tortura e detenções arbitrárias na Costa do Marfim, onde o exército é acusado de numerosos abusos na reação a uma vaga de ataques.
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«Não há dúvida que houve casos de detenções arbitrárias, que pessoas foram mantidas incomunicáveis e que pessoas foram torturadas», declarou o sub-secretário-geral das Nações Unidas encarregado dos Direitos Humanos, Ivan Simonovic, numa conferência de imprensa.
Simonovic respondia a questões sobre recentes relatórios de organizações não-governamentais (ONG) internacionais acusando o exército de ter cometido abusos em massa nos últimos meses.
«Não estou seguro dos números, mas temos provas de tais violações dos direitos humanos», indicou o responsável da ONU no final de uma visita iniciada na terça-feira.
Simonovic adiantou que não só leu sobre a tortura nos relatórios como se encontrou com vítimas de tortura. «Por isso posso confirmar que houve tortura», sublinhou, adiantando ser «importante que a questão tenha a resposta adequada».
As ONG Amnistia Internacional e Human Rights Watch acusaram o exército da Costa do Marfim, as Forças Republicanas (FRCI), de detenções arbitrárias, tratamento desumano e tortura, na reação a uma série de ataques contra as forças de segurança realizados entre agosto e outubro.